Durante a vida intrauterina, os testículos desenvolvem-se dentro do abdome. Após seu desenvolvimento, ainda antes do nascimento, descem para o canal inguinal (localizado na virilha) e, finalmente, chegam ao escroto.

No entanto, em cerca de 3% dos bebês, os testículos não descem antes do nascimento, condição chamada de testículo retido. Em bebês prematuros, a probabilidade aumenta, alcançando os 30%. Nesses casos, o testículo pode ficar dentro do canal inguinal ou mesmo dentro do abdome. 

Na maioria, os testículos retidos descem naturalmente até os quatro meses de vida, principalmente nos casos em que ele estava no canal inguinal. 

Essa condição, na maior parte das vezes, é assintomática. No entanto, com o passar do tempo, pode prejudicar a fertilidade e, ainda, ser fator de risco do câncer testicular. Além disso, cabe notar que os testículos retidos na cavidade abdominal podem sofrer torções, que causam dor.

O Dr. Jarlisson Ribeiro, médico urologista, informa que, “se o testículo não tiver descido até determinado momento – 6 meses para as crianças nascidas a termo e 1 ano para crianças prematuras -, a cirurgia se faz necessária.”.

O tipo de procedimento para a correção desta condição dependerá da localização do testículo. Como o Dr. Jarlisson explica, “Poderá ser feita uma laparoscopia – procedimento minimamente invasivo, realizado por vídeo – ou, quando necessário, se realizará uma cirurgia aberta.”.

Finalmente, considerando que é mais alto o risco do desenvolvimento de câncer testicular nas crianças que tiveram testículos retidos, o Dr. Jarlisson alerta que esses pacientes devem, sobretudo após a puberdade, examinar seus testículos com regularidade. Nesses exames, é investigada a presença de nódulos e, assim, garantida a detecção precoce de um possível câncer, o que melhora significativamente o prognóstico do tratamento e da cura.